5 dicas para as finanças de quem ganha um salário mínimo

5 dicas para as finanças de quem ganha um salário mínimo

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Manter as finanças organizadas é essencial, mas pode ser extremamente desafiador quando se ganha um salário mínimo. Afinal, como a renda é limitada para dar conta de todas as despesas, fica difícil fazê-la durar até o fim do mês, né? Então, a grande questão é: como "estender" o dinheiro, levando-o a render um pouco mais, nessa situação? Se você está em busca dessa resposta, confira todas as nossas dicas. Continue a leitura!

Qual é o valor do salário mínimo em 2023?

O ano de 2023 começou com o salário mínimo fixado em R$ 1.302 — quantia que passou a valer a partir de 1º de janeiro. O valor equivale a um aumento de R$ 90 sobre o ano anterior, que era de R$ 1.212. Ou seja, houve uma alta de 7,4%. O curioso é que, atipicamente, em 1º de maio houve um novo reajuste e o valor subiu para R$ 1.320. Assim, em relação ao ano de 2022, o ganho será de R$ 108. Normalmente, o piso salarial é reajustado apenas uma vez ao ano, em janeiro. Na verdade, o que aconteceu em 2023 é um reflexo da transição de governo.

O que levou à mudança?

Resumidamente, em dezembro de 2022, o valor do salário mínimo foi estabelecido em R$ 1.302, conforme uma Medida Provisória (MP) assinada pelo então presidente Jair Bolsonaro. O aumento do montante foi um compromisso assumido pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, desde a sua campanha eleitoral. A questão é que a alteração não poderia ser colocada em prática a partir de janeiro, como ocorre habitualmente. Afinal, na nossa economia, o piso salarial é um valor de referência, provocando inúmeros impactos em uma série de outros cálculos. A mudança altera, por exemplo, os benefícios concedidos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e os tributos, como os que são pagos pelos Microempreendedores Individuais (MEIs), por exemplo. Por conta disso, foi necessário avaliar o impacto financeiro da medida. Com isso, o reajuste do salário mínimo em 2023 só foi confirmado pelo presidente em fevereiro e entrou em vigor, como dito, a partir de 1º de maio. A seguir, veja o que efetivamente mudou:
  • valor em 2022 — R$ 1.212;
  • valor até abril de 2023 — R$ 1.302;
  • valor a partir de maio de 2023 — R$ 1.320.

Como o salário mínimo é calculado?

O salário mínimo é um instrumento de política pública porque tem o papel de garantir o sustento básico das famílias brasileiras. Portanto, ao definir o piso salarial do país, o governo estabelece que a renda do trabalhador não deve ser inferior ao valor previsto anualmente. Via de regra, a quantia deve suprir os gastos essenciais, como a alimentação e a moradia, garantindo também o poder de compra — sim, a gente sabe que, na prática, não é bem assim. No entanto, é por essa razão que o valor precisa ser periodicamente corrigido. Dessa forma, teoricamente, evita-se a sua defasagem em relação ao aumento dos preços provocado pela inflação. Desde que o Plano Real entrou em vigor, lá em 1994, o salário mínimo tem sido reajustado, normalmente, acima da inflação. Ou seja, o piso não só mantinha o poder de compra, mas também elevava um pouco a renda do trabalhador. Estamos falando de uma política de valorização do salário mínimo — algo que foi iniciado de maneira informal durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Geralmente, o presidente propõe o valor durante a elaboração do orçamento anual e, depois, a proposta orçamentária é discutida e aprovada no Congresso Nacional. Acontece que, nos governos seguintes ao de FHC, foi instituída uma regra para o cálculo da correção, que, posteriormente, foi transformada na Lei nº 13.152/2015. A norma define que o reajuste deve ser calculado levando em conta a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior mais o percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado. Com a aplicação dessa fórmula, o salário mínimo no Brasil registrou ganhos reais (acima da inflação) até 2016. Entre os anos 2017 e 2018, o cálculo até foi mantido, mas o reajuste do piso salarial ficou negativo, porque foi influenciado pela retração do PIB, que ocorreu em 2015 e em 2016. No entanto, a política de valorização do salário mínimo foi descontinuada a partir de 2020. Durante o governo de Jair Bolsonaro, houve apenas a recomposição da inflação do ano anterior, com base no INPC, sem a incorporação do desempenho do PIB. Atualmente, a retomada da política está em discussão.

Afinal, o que dá para fazer com um salário mínimo?

Como dito, o valor do salário mínimo — teoricamente — tem a finalidade de assegurar um rendimento básico para o trabalhador. Nesse sentido, o governo determina que a remuneração a ser paga à força de trabalho não deve ser inferior ao piso nacional. Hoje em dia, com o piso fixado ainda em R$ 1.302, o valor é equivalente a cerca de uma cesta básica e meia. O preço do consumo alimentar básico varia de acordo com a cidade, e o cálculo é feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em fevereiro de 2023, de acordo com o levantamento, a cesta básica em São Paulo era a mais cara do país, com o custo de R$ 779,38. O fato é que, na prática, o salário mínimo nem sempre — ou quase nunca, né? — é realmente suficiente para o custeio de todas as despesas. A defasagem também é demonstrada pelo Dieese, que calcula mensalmente qual deveria ser o salário mínimo necessário para arcar com as despesas básicas de uma casa. De modo geral, o estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos considera o valor que seria adequado para a satisfação das necessidades essenciais de uma família composta por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças). Ainda no mês de fevereiro de 2023, o montante condizente de acordo com o levantamento seria de R$ 6.547,58. A distância entre a realidade que vivemos e o ideal é surpreendente, né? Inclusive, é esse contexto que torna os benefícios que as empresas usualmente pagam, como o vale-alimentação, tão importantes para o sustento dos trabalhadores. Ainda assim, outro cuidado essencial é organizar as contas da casa, considerando todas as fontes de renda e, claro, as despesas.

Como manter as finanças em dia?

Agora que já trouxemos os principais detalhes relacionados ao salário mínimo, vamos para as dicas práticas? O objetivo é elencar algumas sugestões simples para que você consiga usar melhor o seu dinheiro, de modo que não sobre mês no fim do salário, mas, sim, o contrário. Veja a seguir!

1. Faça um planejamento financeiro familiar

O primeiro passo — e talvez o mais importante — é elaborar um planejamento financeiro familiar. A iniciativa ajuda a identificar como o dinheiro é gasto, o que pode ser modificado nos hábitos de consumo atuais e quais devem ser as prioridades. A ideia é registrar todas as despesas e as receitas para entender o que precisa ser reorganizado. Acredite: a medida facilita o controle financeiro e evita que os gastos sejam maiores do que os ganhos.

2. Reduza o seu endividamento

Na elaboração do planejamento financeiro, você se deu conta de que existem muitas dívidas a pagar? A nossa sugestão é que você tenha em mente que o ideal é não comprometer a sua renda com pendências futuras, porque, dessa forma, todos os meses, esses valores vão "abocanhar" boa parte do seu orçamento. Então, está na hora de sair do vermelho! O recomendável é fazer um esforço para quitar as dívidas, priorizando as que estão em atraso e aquelas que são mais caras, especialmente por conta dos juros incidentes. Se estiver difícil, uma boa pedida é recorrer à renegociação.

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3. Economize

Acredite: em algumas circunstâncias, por exemplo, caso você não tenha dependentes, é possível — por mais difícil que pareça — guardar uma parte do seu salário todos os meses, mesmo que seja um valor muito baixo. Talvez, no início, seja, sim, muito desafiador encaixar esse objetivo no seu orçamento. No entanto, se você conseguir se livrar de algumas dívidas, dá para começar a poupar essa quantia (ou parte dela). A propósito, outra forma de economizar uma graninha é fazendo boas escolhas financeiras na hora de gastar os seus recursos, por exemplo:
  • pesquisar os preços e pechinchar, sempre que for viável;
  • não fazer compras por impulso;
  • preparar as próprias refeições em vez de comer fora ou recorrer ao delivery;
  • cortar gastos — sobretudo os supérfluos.
Com o tempo, você conseguirá manter algum dinheiro guardado. Além disso, essa quantia pode ser extremamente útil para cobrir despesas inesperadas, concretizar objetivos e manter o endividamento bem longe, seguindo com as contas emDia!

4. Busque uma renda extra

Outro caminho para conseguir bancar os gastos mensais e ainda economizar dinheiro é ter uma fonte de renda extra. Existem opções variadas para atingir esse objetivo, como alugar itens que você usa pouco, vender aquilo que você já não usa mais e até conseguir trabalhos eventuais, desde que os horários não coincidam com o seu expediente no emprego formal.

5. Invista o seu tempo em educação financeira

Aprender mais sobre finanças pessoais é outra dica superimportante e válida. Acredite: a educação financeira pode transformar a vida das pessoas, já que aumenta significativamente as chances de sucesso, especialmente em termos de administração dos recursos. No decorrer da sua evolução, você verá que será possível não só viver com um salário mínimo, mas até superar esse patamar de ganho. Ou seja, em algum tempo, será viável começar a investir com foco no futuro.

Como ganhar mais do que um salário mínimo?

Hoje em dia, você ainda faz parte das pessoas que têm que apertar os cintos para dar conta de tudo com um salário mínimo? Então, é possível que você esteja pensando em como fugir dessa "enrascada", mudando a sua realidade. Afinal, quem quer viver apenas para pagar as contas? Pensando em te ajudar nessa missão, listamos algumas ideias:
  • investir em educação — complementar a sua formação pode garantir uma renda maior, de acordo com um levantamento feito em 2022, que revelou que um profissional com Ensino Superior recebia cerca de R$ 5 mil no final do ano de 2021;
  • ficar atento ao mercado de trabalho — busque novas oportunidades e procure entender quais são as áreas que oferecem mais vagas compatíveis com as suas expectativas e experiências;
  • considerar a carreira pública — o serviço público oferece bons salários e estabilidade, mas, claro, é necessário ser aprovado em um concurso público, e a concorrência é grande, exigindo bastante dedicação;
  • apostar em trabalhos alternativos — avalie se é possível conciliar a sua atividade principal com outras, como já sugerido.
O fundamental é ter paciência e persistência para alcançar esse objetivo. Enquanto isso, a saída é organizar o orçamento para mantê-lo ajustado aos seus ganhos. Viver com um salário mínimo exige planejamento, o que pode ser feito de forma simples. O importante é conseguir se organizar e, claro, prever o orçamento com antecedência . Assim, você vai conseguir tomar decisões melhores em relação ao seu dinheiro. Para quem recebe um salário mínimo, uma das decisões que exigem cautela é o acesso ao crédito, mas a alternativa cumpre um papel relevante, principalmente na hora de trocar uma dívida mais cara por outra de custo menor. Quer saber como está a sua pontuação? Consulte agora mesmo o seu score de crédito!
por Emdia